o acompanhamento terapêutico (AT) é uma estratégia clínica normalmente adotada em casos em que há uma importante questão do paciente com o laço social. Apesar de ser um recurso pouco conhecido no imaginário popular, é uma técnica bastante rica - tanto em sua teoria quanto também em seus resultados. 


o AT surge com a Reforma Psiquiátrica [LEI 10.216], como uma forma de introdução dos pacientes à sociedade após o período de internação. Seguindo a ética psicanalítica, esse dispositivo visa o tratamento sem a exclusão do paciente do laço social, enlaçando a vivência e tratamento do sujeito com as possibilidades da vida em comunidade. 


desta forma, o AT é tanto um acolhimento quanto um dispositivo clínico - uma vez que permite o estabelecimento de transferência e um trabalho analítico com o sujeito, em cenários além do consultório. Isso possibilita que o sujeito crie novas possibilidades de existir - com menos sofrimento - e de fazer laço.


em minha experiência como AT, pude observar o quão importante é esta estratégia clínica - quando necessária a aplicação. os principais quadros que se beneficiam são os de estrutura psicótica e diagnósticos de alta complexidade.


[referências: Clínica do acompanhamento terapêutico e psicanálise - Clarissa Metzger]